CAMOMILA (Matricaria chamomilla L)
- Projeto Sementes do Bem
- 17 de mai. de 2022
- 35 min de leitura

Nome científico: Matricaria chamomilla L.
Nomes Botânicos: Chamomilla recutita (L.) Rauschert, Chamomilla vulgaris Gray, Chrysanthemum chamomilla (L.) Bernh., Matricaria chamomilla fo. kochiana (Sch. Bip.) Fiori & Paol., Matricaria courrantiana DC., Matricaria kochiana Sch. Bip., Matricaria recutita L., Matricaria recutita var. kochiana (Sch. Bip.) Greuter.
Nome popular: Chamomilla, Camomila-comum, Macela-nobre, Macela, Macela-dourada, Macela-grega, Macela-botão, Macelão, Marcela, Camomila-de-Paris, Camomila-romana, Camomilavulgar, Camomila-da-alemanha (Português), Chamomile, Camomilla comune, Chamomile (Inglês), Manzanilla alemana (Espanhol), Camomille (Francês), Camomilla comune (Italiano), Echte Kamile (Alemão), Yang Gan Jiu (Chinês).
Família: Asteraceae.
Parte Utilizada: Capítulo floral e óleo essencial.
Composição fitoquímica: Óleos essenciais, sesquiterpenos, azulenos (camazuleno), lactonas sesquiterpênicas, flavonóides, cumarinas, taninos, ácidos fenólicos, angélicos, mucossacarídeos, matricina, resinas, taninos, princípios amargos, mucilagens, polissacarídeos, éteres bicíclicos, ácidos orgânicos, vitamina c.
Sabor: Doce, amargo e amornante.
Propriedades Medicinais:
Estomáquico, carminativo, sedativo, digestivo, antiespasmódico, peitoral, febrífugo, antialérgico, vulnerário, anti-inflamatório, espasmolítico (em muco gástrico e duodenal), imunoestimulante, bactericida (uso tópico), relaxante, diaforético, adstringente, analgésico, diurético, antiflogístico, antiálgico, emoliente, descongestionante, antiviral, laxante, expectorante, antiparasitário, anti-helmíntico, anti-alzhaimer, antidepressivo, antiedêmico, anti-histamínico, antilactagogo, anti-herpético, antioxidante, antipirético, canditicida, CNS-depressor, antiulcerativo, colagogo, inibidor da cyclooxygenase, cardiodepressor, COX-2 depressor, demulcente, desodorante, antiagregante, emético, gastroprotetor, radioprotetor, emenagogo, musculotrópico, hepatoregenerativo, serotoninérgico, tônico, miorrelaxante, nervino, respirodepressor, hipotensivo, hipouremico, inibidor de lipooxygenase, hipnótico, soporífico, eupeptico, refrescante e também, antirreumático.
Estudo Científico:
Antialérgica
O extrato metanólico de capítulos pulverizados em extrações sucessivas com metanol (rendimento de 11,67%) nas doses de 100, 200 e 300 mg/ kg (V.O.), por 5 dias, foi avaliado em roedores (ratos Sprague–Dawley e camundongos Balb/c, machos) quanto a atividade antianafilaxia e antiprurido promovida pelo composto 48/80, através da análise da atividade de estabilização de mastócitos, determinação da liberação de histamina no sangue e medição dos níveis de óxido nítrico no sangue.
O extrato metanólico de camomila mostrou efeitos inibitórios sobre a anafilaxia induzida pelo composto 48/80 (8 mg/ kg) e significativa propriedade anti-prurido dosedependente observada através da inibição da desgranulação de mastócitos. A estabilização da membrana de mastócitos foi observada no composto de 48/80, indutor de ativação de mastócitos. A redução dose-dependente na liberação de histamina, juntamente com a diminuição da liberação de soro, fluído peritoneal de rato e níveis de óxido nítrico (NO) nos camondongos Balb/c foram observados. Os resultados sugerem que o extrato metanólico de camomila mostrou atividade anti-alérgica potente, por inibição da libertação de histamina a partir de mastócitos. As classes químicas reportadas para esse extrato foram: terpenoides, flavonoides, taninos, cumarinas e glicosídeos.
Anticonvulsivante
O extrato metanólico das partes aéreas (100, 200, 300 mg/ kg), I.P., foi administrado previamente à injeção do convulsivante (picrotoxina, 12 mg / kg, I.P.) para avaliação do tempo de início, duração e latência das convulsões, latência de morte e taxa de morte. Os 80 resultados mostraram que o tempo de latência do início das convulsões aumentou nos grupos que foram pré-tratados com diferentes doses de extrato. A dose mais eficaz foi de 200 mg/ kg (P <0,05). Além disso, esta dose atrasou o tempo de morte em ratos (P <0,01). O extrato não teve nenhum efeito sobre a taxa de mortalidade. Os resultados indicam que o extrato de camomila possui efeitos adequados de apreensão induzidos por picrotoxina e mais ensaios são necessários neste campo.
Anti-inflamatória
Extrato aquoso
Estudo clínico sobre o potencial anti-inflamatório do extrato aquoso de capítulos florais (concentrações de 1,25%, 2,5%, 5,0% e 10%) em compressas algodoadas, aplicadas por 20 minutos, trocadas a cada 5 minutos, sobre flebite provocada por dispositivo venoso periférico, em indivíduos com diagnóstico de flebite grau 2 (estadimento da Infusion Nursing Society). Vinte e cinco pacientes, 13 do gênero feminino, com idade entre 20 e 30 anos, leucograma com níveis adequados de normalidade (em relação à contagem de neutrófilos, 2000–7500/ μL e monócitos, 100-800/μL), diagnóstico médico de leucemia mieloide aguda (LMA), submetidos ao protocolo quimioterápico idarrubicina e citarabina (IDA+ARA-C) em 1º, 2º e 3º ciclos, por intermédio de infusão intravenosa periférica foram incluídos no estudo, sendo o eritema escolhido como parâmetro para a avaliação da regressão do processo inflamatório. Na comparação entre os grupos observou-se diferença estatisticamente significativa, nos grupos que receberam o infuso nas concentrações de 2,5 e 5% (com teor de flavonoides totais de 0,04 e 0,08 mg/ mL, respectivamente) quanto ao tempo de regressão da flebite, em relação aos demais grupos (concentração de 1,25 e 10%) e ao grupo controle. O tempo de regressão do eritema na amostra estudada variou entre 19 e 120 h para diferentes concentrações de doses empregadas. O grupo que recebeu compressa com concentração de 2,5% apresentou os menores tempos de regressão, 19 e 24 horas. O tempo médio de regressão da flebite foi menor para o grupo com concentração 2,5% (29,2 h + 8,98), seguido do grupo com concentração de 5% (38,8 h + 17,47), e maior para os grupos com concentração de 1,25% (57,8 h + 11,10) e 10% (49,4 h + 4,67). O grupo controle apresentou tempo médio de 110,4 h + 13,15. Dos 25 pacientes estudados, identificou-se que aqueles pertencentes ao grupo A (dose 1,25%) obtiveram maior tempo de regressão do processo inflamatório (variando entre 48 e 72h), enquanto aqueles alocados nos grupos B (1,25%) e C (2,5%) obtiveram menor tempo de regressão (variando entre 19 e 48h). O grupo D (10%) apresentou maior tempo de regressão que os grupos B e C, porque, apesar de sua dosagem ser maior (40 g de capítulos florais), a quantidade de solvente não permitiu o umedecimento completo da compressa. No entanto, os autores julgaram não haver necessidade de ajustar a quantidade de solvente, uma vez que as doses inferiores já haviam demonstrado excelente efeito quanto ao tempo de regressão do processo inflamatório.
A Síndrome do Intestino Irritável (IBS) foi induzida por stress de imobilização de 5 dias em roedores (ratos Wistar, machos). Os animais foram tratados por via oral e subdividos 81 nos grupos de controle (água), camomila (300 mg/ kg, infuso em água tamponada com fosfato), loperamida (10 mg/ kg), mistura de Aloe vera e camomila (AV/GC) (50:50 em doses de 150, 300 ou 450 mg/ kg atribuídos como Mix-150, Mix-300 e Mix-450, respectivamente) e o grupo “sham”, que não recebeu qualquer estresse contenção e foi alimentado com soro fisiológico.
A medição do esvaziamento gástrico e do trânsito no intestino delgado, avaliação do trânsito colônico e ensaios bioquímicos (ensaio do TNF-α, ensaio da atividade da mieloperoxidase (MPO), ensaio de peroxidação lipídica (LPO), ensaio da capacidade antioxidante total, medição de proteínas totais do homogenato de colon) foram realizados.
O aumento do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), a atividade da mieloperoxidase (MPO) e a peroxidação lipídica (LPO) em células do cólon no grupo controle foram significativamente menores nos grupos tratados. A camomila inibiu apenas o trânsito no intestino delgado, enquanto a mistura de AV/GC retardou o esvaziamento gástrico nas doses 150 e 300 mg/ kg. A mistura AV/GC também reduziu o trânsito no cólon e o trânsito do intestino delgado na dose de 150 mg/kg.
A gravidade a Síndrome do Intestino Irritável (IBS) induzido por estresse foi diminuída pela mistura Aloe vera/camomila (AV/GC) em todas as doses utilizadas, mas não de forma dose-dependente, mas via inibição da atividade da MPO cólon e da melhora do estado de estresse oxidativo. O efeito da mistura AV/GC foi mais eficaz do que a camomila isoladamente, apoiando a eficácia dessa combinação em IBS.
Extrato hidroalcoólico
Os resultados indicam que o extrato etanólico a 80% (400 mg/ kg) administrado em dose única (I.P.) apresentou atividade anti-inflamatória com 41,1% de inibição.
Analgésica
Extrato hidroalcoolico
Os resultados mostraram que a formalina induz de forma significativa (p <0,05) a resposta à dor (a primeira fase, de 0-5 min e a segunda fase, de 15-40 min após a injeção) em camundongos machos. A administração do extrato hidroalcoólico de flores de camomila de amostras comerciais (25 mg/ kg, I.P.), a cada 24 h por 96 h antes da injeção de formalina mostrou diminuição significativa (p <0,05) de respostas de dor na primeira e segunda fase. A administração de cisplatina (2 mg/ kg, I.V.) produziu aumento significativo (p <0,05) na resposta à dor, em ambas as fases do ensaio de formalina. A injeção de extrato de MC e cisplatina em conjunto demonstram que o extrato foi capaz de diminuir a segunda fase da dor induzida por cisplatina de maneira significativa (p <0,05). A morfina (10 mg/ kg, intradérmica) promoveu a diminuição da dor induzida por cisplatina na primeira e segunda fase de teste de formalina de forma significativa (p <0,05). Em comparação, morfina tem efeitos analgésicos na primeira fase e o extrato de MC tem efeitos anti-inflamatórios, na segunda fase do teste de formalina de forma significativa (p <0,05). O extrato hidroalcoólico foi capaz de diminuir a dor e a inflamação induzida pela cisplatina de formasignificativa em relação à morfina.
Antiulcerogênica
Extrato aquoso
Para avaliar o efeito antiúlcera, camundongos Balb-c fêmeas receberam extrato de camomila (MC) (400 mg de extrato/ kg) por via intragástrica em dose única, 1 h antes da indução da úlcera gástrica (por solução de HCl 0,3 M em etanol a 60%). O grupo controle recebeu 1,0 mL de água destilada. Após 30 min, a ulceração gástrica foi induzida por administração oral de 1,0 mL de uma solução de HCl 0,3 M em etanol a 60% em todos os animais. Uma hora mais tarde, a área das lesões gástricas e hemorragia foram medidas pelo método de estereologia. A administração oral do extrato de MC mostrou ser eficaz na prevenção da ulceração gástrica em ratos e não produziu efeitos tóxicos em doses até 5000 mg/ kg.
Extrato hidroalcoólico
No modelo de úlcera induzida por etanol, roedores (ratos machos) receberam por gavagem o extrato de partes aéreas (25, 50, 100, 200, e 400 mg/ kg de extrato das partes aéreas, grupos 2-6; e 100 mg/ kg, grupo 9) em dose única. O pré-tratamento com o extrato (MCE) em algumas doses (50, 200, 400 mg/ kg) reduziu significativamente as lesões gástricas (43%, 58% e 50%, respectivamente). Todas as doses de MCE (exceto a de 25 mg/ kg) reduziram significativamente o nível de malondialdeído (MDA), importante indicador da peroxidação lipídica, no tecido gástrico em comparação com o controle; 50 mg/ kg foi a dose mais eficaz para diminuir os níveis de MDA. Assim como para o sangue total, um significativo efeito MDA-decrescente foi observado apenas com 50 mg/ kg MCE, e nos grupos administrados com famotidina quando comparados ao controle. Os níveis médios de GSH nos estômagos dos ratos que receberam MCE foram aumentados em comparação aos do grupo de controle, e esta diferença nos níveis de GSH nos tecidos do estômago de ratos que receberam 50, 200, e 400 mg/ kg de MCE foi significativa. O nível de GSH no tecido gástrico mostra uma associação com a gravidade de dano macroscópico. Os níveis séricos de βcaroteno e de retinol foram significativamente maiores no grupo de 200 mg/ kg MCEadministrado, em relação ao controle. O MCE tem claramente um efeito protetor contra lesões gástricas induzidas por etanol da mucosa, e este efeito, pelo menos em parte, depende da redução na peroxidação lipídica e aumento na atividade antioxidante.
Óleo essencial
Em ratas Wistar previamente infestadas com larvas de Anisakis tipo I, tratadas com o OE (125 µg/ mL), apresentaram apenas 2,2% + 1,8 com lesões da parede gástrica, enquanto que no grupo controle encontrou-se 93,3% + 3,9.
Cicatrizante
Extrato aquoso
Ratos Sprague-Dawley de ambos os sexos foram tratados com extrato da flor em água potável, na dose de 120 mg/ kg, V.O., tratados por 1, 5, 10 e 15 dias no modelo ferida de excisão até epitelização completa. A taxa de fechamento da ferida foi avaliada por rastreamento da ferida nos dias 1, 5, 10 e 15 pós-ferimento usando papel transparente e um marcador permanente. A epitelização foi considerada quando a escara caiu sem deixar uma ferida em carne viva residual. As suturas foram removidas no dia 8, e o tratamento foi continuado. A força de quebra de ferida foi medida no dia 10, utilizando o método descrito por Lee (a previsão de cicatrização da incisão foi de 10 dias) e realizadas a estimativa do teor de hidroxiprolina e análise histopatológica (do tecido de granulação das feridas espaço morto foi obtida no dia 10 a partir dos animais do grupo teste e controle para estudo histológico). No dia 15 os animais do grupo teste exibiram uma maior redução na área da ferida, quando comparados com os controles (61% contra 48%), epitelização mais rápida e uma força de quebra da ferida significativamente mais elevada (p <0,002). Além disso, o peso do tecido de granulação úmida e seca e conteúdo de hidroxiprolina foram significativamente maiores. O aumento da taxa de contração da ferida em conjunto com o aumento da força de quebra de ferida, conteúdo de hidroxiprolina e observações histológicas, demonstra o uso potencial de camomila no tratamento de feridas.
Especialidade farmacêutica
Ratos Wistar albinos machos, com ferida infligida sobre a língua, foram tratados topicamente com 0,04 mL/ dia da pomada de camomila comercial (que contém 0,02 mL de extrato fluído de camomila em pomada 10%), 2 vezes ao dia, de 12 h/ 12 h por 3, 7 ou 10 dias, enquanto que os animais do grupo controle não foram tratados a fim de verificar o efeito cicatrizante em feridas orais. Como esperado pelos autores, o tempo teve um efeito estatisticamente significativo (p <0,05) na contagem de fibroblastos, epitelização, inflamação e tamanho da ferida inflingida na língua, e os animais sacrificados após 3 dias de tratamento apresentaram os piores resultados. A pomada de camomila estimulou a re-epitelização e a formação de fibras de colágenas, após 10 dias de tratamento sem, contudo, influenciar a inflamação ou a contagem de fibroblastos.
Anti-diabética / Hipoglicemiante
Extrato aquoso
No modelo de diabetes induzida por estreptozotocina, o extrato aquoso das flores (500 mg/ kg/ dia) e alguns dos seus componentes isolados, esculetina (50 mg/ kg/ dia), quercetina (50 mg/ kg/ dia), V.O., por 21 dias foram avaliados por meio do ensaio de atividade enzimática, teste dissacarídeo carreado e medição do sorbitol em eritrócitos humanos (voluntários saudáveis do sexo feminino). No teste de carregamento de sacarose a administração de esculetina (50 mg/ kg) suprimiu totalmente a hiperglicemia após 15 e 30 minutos, mas o extrato (500 mg/ kg) e quercetina (50 mg/ kg) foram menos eficazes. Por outro lado, um teste de alimentação de longo prazo (21 dias), utilizando um modelo de rato de diabetes induzida por estreptozotocina, revelou que as mesmas doses de extrato e quercetina exibiram supressão significativa dos níveis de glicose no sangue. Verificou-se também que estas amostras aumentaram os níveis de glicogênio no fígado. Para além disso, o extrato de camomila mostrou inibição potente contra a aldose reductase (ALR2), com um valor de IC50 de 16,9 ug/ mL, e os seus componentes, umbeliferona, esculetina, luteolina, a quercetina inibiram significativamente o cúmulo de sorbitol nos eritrócitos humanos. Estes resultados sugerem claramente que o consumo diário de chá de camomila com as refeições pode contribuir para a prevenção da evolução da hiperglicemia e complicações diabéticas.
Extrato hidroalcoólico
O extrato etanólico das partes aéreas (20, 50 e 100 mg/ kg), V.O., por 14 dias, foi testado em ratos com diabetes induzida por estreptozotocina (STZ, 70 mg/ kg, I.P.). A administração apresentou efeito hipoglicemiante, que controla o nível de glicose no sangue, e inibiu a formação de radicais livres. Na análise histopatológica, o extrato inibiu alterações histopatológicas do pâncreas da diabetes induzida por STZ. Os autores sugeriram que M. chamomilla pode proporcionar novas alternativas para o manejo clínico de diabetes e o consumo da parte aérea da planta pode evitar as complicações da hiperglicemia associada com a diabetes.
Em outro estudo sobre essa atividade, ratos normais e diabéticos foram tratados com extrato etanólico de flores frescas (500 mg/ kg), V.O., em doses diárias por 4 semanas, avaliados por parâmetros bioquímicos (insulina, níveis séricos de glicose, proteína total, uréia, creatinina; atividades da alanina aminotransferase, ALT; do aspartato aminotransferase AST; da gama glutamil transferase GGT; fosfatase alcalina ALP; atividade da glutationa peroxidase; medição de ácido tiobarbitúrico; da superóxido dismutase, SOD) e estudo histopatológico. O grupo controle positivo para efeito hipoglicemiante recebeu Glibenclamida (200 ug/ kg).
Os dados mostraram que o extrato etanólico de flores de camomila apresentou margem de segurança elevada uma vez que os animais toleraram até 10000 mg/ kg do extrato por via oral no estudo de toxicidade aguda e toleraram doses repetidas até 500 mg/ kg, durante 28 dias. A administração do extrato em ratos diabéticos causou diminuição significativa no nível de glicose no soro, sem melhorar os níveis de insulina e resultaram em aumentos significativos de SOD e GPx, com uma diminuição paralela da peroxidação lipídica (TBARS) níveis no fígado e rins. Além disso, em ratos diabéticos, o tratamento com o extrato resultou em reduções significativas nas atividades séricas das enzimas hepáticas, incluindo AST, ALT e ALP e nos níveis de uréia e creatinina. O efeito hepatoprotetor do extrato foi confirmado por melhorias histológicas em tecido hepático e renal dos ratos diabéticos tratados. No entanto, o efeito do extrato de ratos diabéticos foi comparável glibenclamida. Este estudo demonstrou que as flores de camomila recutita extrato etanólico tem hipoglicemia potente antioxidante e efeitos protetores hepatorrenal em ratos diabéticos.
Anti-diarréica e atividade sobre trato gastro-intestinal
Extrato aquoso A decocção das flores foi preparada com água destilada (1/5; w/v) para tratamento e avaliação da atividade antidiarréica em ratos e camundongos machos pré-tratados com várias doses de extrato de camomila (25,50 e 100 mg/ kg), V.O., dose única, 60 min antes do estímulo por óleo de rícino (5 mL/ kg) por gavagem. O grupo controle recebeu loperamida (20 mg/ kg, I.P.). A atividade anti-diarreia de camomila foi avaliada de acordo com o método de Awouters et al. (1978), modificado por Mukherjee et al.(1998), tendo sido ainda realizada a medição da peroxidação lipídica, ensaios de atividade enzimática antioxidante, determinação dos níveis de H2O2 na mucosa gástrica e no intestino, quantidade de ferrozina, o tempo para diarréia, quantidade e consistência das fezes e o conteúdo intestinal (volume e peso). Os resultados mostraram que o extrato produziu uma proteção significativa dosedependente contra a diarréia induzida por óleo de rícino e acúmulo de fluido intestinal. Por outro lado, foi demonstrado que a diarreia foi accompanhada por estado de estresse anoxidativos avaliados por um aumento de malondialdeído (MDA) nível e esgotamento de actividades antenzyme antioxidante como superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPx). O óleo de rícino também aumentou os níveis de peroxidação da mucosa gástrica e intestinal (H2O2) e nos níveis de ferro livres. Os autores demostraram que o pré-tratamento com extrato de camomila suprimiram revogaram todas as alterações bioquímicas medidas. Os resultados sugerem que o extrato de camomila tem potentes propriedades anti-diarréicas e anti-oxidantes em roedores confirmando seu uso na medicina tradicional.
Extrato metanólico
O efeito do extrato metanólico (20 g partes aéreas : 300 mL metanol, por maceração) na dose de 300 mg/ kg (em 1 mL de DMSO em solução com água a 2%), V.O., em dose única, sobre hiperperistalsia induzida por carvão-goma-acácia foi avaliada em ratos machos. Apresentou efeito ameliorativo moderado no movimento intestinal acelerado com o valor de 56,0 + 1,6%. A atividade inibidora dos extratos da planta foi maior do que a loperamida (34% de inibição em doses de 10 mg/ kg), droga utilizada como controle positivo (loperamida, 10 mg/ kg em 1 mL DMSO em solução com água a 2%). Estes resultados permitem propor a espécie como uma fonte potencial de compostos antipropulsivos e deve, portanto, ser submetida a mais fracionamento biomonitorado para obter seus compostos ativos.
Antiosteoporose
Extrato metanólico
O tratamento em ratos fêmeas com extrato metanólico dos capítulos florais (75, 150 e 300 mg/ kg), V.O., em dose única, iniciou-se no dia 10 da overiectomia e continuou durante 42 dias, sendo o peso corporal de todos os animais registrados no início de cada semana durante todo o experimento. Após 43 dias de tratamento com o extrato, amostras de sangue de todos os grupos foram retiraras na região retro orbital e foi realizada análise do soro, bem como análises bioquímicas da urina e medição de parâmetros do fêmur. Neste estudo não foi observada qualquer alteração significativa no peso corporal. Nos grupos tratados, as propriedades biomecânicas do osso mostrado pelo peso do fêmur (p <0,01) e da densidade do osso femural também tiveram resultados significativos (p <0,001) em comparação ao grupo. No exame histopatológico dos fêmures dos animais tratados observou-se ossificação, mineralização, depósito de cartilagem calcificada e atividade osteoclástica marginal, os quais indicam marcado efeito restaurador sobre este meio, sugerindo que a ação protetora do extrato pode ser devida a um aumento na formação óssea com redução óssea reabsorção. Segundo os autores, o extrato metanólico de CR pode ser considerado como droga anti-osteoporose em tratamento de pós-menopausa e osteoporose senil.
Gastroprotetora
O extrato aquoso das flores (zero; 0,5; 1 ou 2 g/ kg), V.O., foi administrado em ratos machos durante 27 dias para valaiação de possível efeito gastroprotetor. As lesões na mucosa gástrica foram examinadas macroscopicamente para calcular o índice de úlceras (UI) e a glutationa (GSH) foi estimada para cada animal. Em comparação com o grupo não-tratado, a indução de úlceras diminuiu significativamente de forma dependente da dose nos animais tratados. Além disso, os níveis de GSH cairam significativamente após tratamento com etanol, redução esta impedida pelo tratamento com o extrato. No entanto, o tratamento diário dos ratos com a dose máxima do extrato (2 g/ kg) realmente levou a um aumento nos níveis de GSH. O exame histopatológico revelou que o tratamento com o extrato alivia (0,5 g/ kg), ou resolve completamente as alterações degenerativas induzidas pelo etanol, nas doses de 1 ou 2 g/ kg, incluindo a desorganização de núcleos celulares e da morfologia glandular com erosão na mucosa gástrica que é completamente em áreas com interrupção mucosa e muscular em animais tratados com etanol. Este estudo fornece evidências para a regulação da gastroproteção mediada pelo extrato aquoso de camomila contra úlcera induzida por etanol.
Imunomodulatória
Extrato metanólico Camundongos Balb/c imunodeprimidos com ciclofosfamida (200 mg/ kg em 0,1 mL de água destilada estéril I.P.) infectados por via intravenosa, em veia caudal com 5 × 103 UFC (unidades formadoras de colônia) com Candida albicans foram tratados com extrato metanólico (metanol/água, 50%) da planta (20 mg/ animal), I.P., por 5 dias, para determinação do seu efeito sobre a contagem de glóbulos brancos, a celularidade da medula óssea, resistência contra a infecção sistêmica com Candida albicans, efeito sobre o peso do baço e a percentagem de unidades formadoras de colônias de C. albicans (CFU) nos rins. O extrato aumentou a contagem de células brancas; na celularidade de médula óssea, a concentração testada (14,420 × 103 céls/fêmur) mostrou uma melhora significativa da celularidade da medula óssea em comparação com os controles normais, indicando o seu efeito sobre a proliferação das células estaminais e a estimulação da produção de células imunes. O extrato foi capaz de reduzir significativamente a UFC de Candida albicans nos rins. O extrato poderia aliviar a imunidade de animais tratados com ciclofosfamida, aumentar a titulação de anticorpos e aumentar a resistência contra a infecção fúngica sistêmica.
Extrato hidroalcoólico
O efeito de extratos hidroalcoólicos de camomila sobre a imunomodulação de células mononucleares humanas, linfócitos e timócitos, isolados de sangue venoso periférico humano de voluntários saudáveis (taxa de viabilidade > 95%), foi avaliado para duas preparações.
O extrato hidroalcoólico (etanol 20%) obtido de capítulos florais, concentração de 0,1 – 100 μg/ mL, de amostra comercial de origem egípcia, adquirida em ervanário da região central de Curitiba (Brasil), demonstrou ação estimulante significativa sobre a proliferação de células mononucleares humanas quando comparados ao grupo controle, porém muito inferior aos valores observados para as células tratadas com mitógeno na concentração de 10%. A metodologia foi sensível aos efeitos estimulantes dos extratos de camomila, em concordância com relatos anteriores, e pode ser útil na pesquisa da ação de substâncias puras ou complexas (p. ex. extratos de plantas) sobre a imunomodulação de células mononucleares humanas obtidos de sangue periférico.
O extrato etanólico 70% de capítulos florais, na concentração de 0,1–800 µg/ mL, foi testado sobre a capacidade de resposta proliferativa dos linfócitos humanos pela fitohemaglutinina (PHA) e a reação mista de linfócitos em (MLR). Este extrato apresentou forte aumento da proliferação celular forte na reação mista de linfócitos (MLR) a 10 µg/ mL (SI 2,18), mas não aumentou significativamente a proliferação induzida por mitôgenos (SI 1,11). O índice de estimulação (SI) diminuiu em ambos os ensaios em concentrações mais elevadas. O extrato não teve efeito mitogênico direto sobre os linfócitos ou timócitos humanos (índice de estimulação, SI < 0.07). O extrato a 70% não mostrou quase nenhum efeito estimulador. Este estudo revelou a capacidade do extrato para melhorar a proliferação de linfócitos após a estimulação das células.
O extrato hidroalcoólico comercial de flores em etanol a 40% (Swedish Herbal Institute, Goteborg, Suécia), cujo marcador analítico foi a apigenina 7-glicosídeo (1,5% de nos extratos secos originais) foi testado em linhagem de células de neuroglia humana T98G (ATCC, CRL-1690; Manassas, VA), oriunda de homem caucasiano de 61-anos com glioblastoma multiforme, a fim de avaliar possível efeito adaptogênico através da avaliação da via ADAPT-232 e de NPY e/ou Hsp72 (como biomarcadores específicos da atividade adaptogênica); da liberação de NPY e Hsp72 a partir de células da glia em resposta ao tratamento com o extrato utilizando técnicas de ELISA de alta capacidade. Nos experimentos foram utilizados 4 mL da cultura de células para obter concentração final de 125 g/ mL no meio de incubação. Os resultados demonstram que o extrato testado inibiu significativamente a liberação de Hsp70 e não tiveram influência na liberação de NPY a partir de células de neuroblastoma.
Neuroprotetora
Extrato hidroalcoólico
Dois grupos de ratos machos receberam tratamento com extrato da planta (folhas secas e flores), I.P., diariamente por 21 dias (50 mg/ kg), a partir de cinco dias antes da administração de cisplatina (5 mg/ kg) nos dias 0 do experimento e repetida quatro vezes, com cinco dias de intervalo livre. No dia 16, os animais foram escarificadas e tecido soro e/ou renal foi utilizado para determinar: (a) testes de função renal (uréia, creatinina, gama-glutamil transferase (GGT), NAG, β-gal), (b) o estresse oxidativo índices (NO, LPO), (c) atividades antioxidantes (SOD, GSH, o total de tióis), (d) índices apoptóticos (catepsina D, a fragmentação do DNA) e (e) mineral (cálcio). O extrato promoveu aumento significativo do peso corporal, normalização das funções renais, melhora dos marcadores de apoptose, redução dos marcadores de estresse oxidativo e correção da hipocalcemia resultante da nefrotoxicidade induzida pela cisplatina. A camomila pode ser promissora na nefroproteção e reduzir a nefrotoxicidade da cisplatina (importante fármaco antineoplásico) provavelmente por suas atividades antioxidantes e inibição da atividade da gama glutamil transferase.
Extrato metanólico
A atividade neuroprotetora e antioxidante foi avalida no ensaio de isquemia total induzida em ratos de ambos os sexos Sprague–Dawley, sem isquemia ou por condição induzida pela oclusão bilateral da carótida por 30 min, seguida ou não por reperfusão por 60 minutos (67). O extrato metanólico das flores (capítulos florais) (100, 200 e 300 mg/ kg), V.O., durante 10 dias antes do experimento, mostrou atividade neuroprotetora dependente da dose por uma diminuição significativa na peroxidação lipídica (LPO) e aumento da superóxido dismutase (SOD), o total de níveis de tiol no extrato da catalase (CAT), glutationa (GSH) e grupos tratados como em relação ao grupo de isquemia/reperfusão. Área de infarto cerebral foi significativamente reduzida nos grupos tratados extrato em relação ao grupo de isquemia/reperfusão. O extrato metanólico de camomila mostrou potente atividade neuroprotetora contra a isquemia/reperfusão induzida por lesão estresse oxidativo cerebral global em ratos.
O extrato metanólico dos capitulos em pó (600 g) foram submetidos à extração consecutiva com éter de petróleo (40-60◦C) e posteriormente com metanol (64-65,5 ◦C) (73). Para 64 g o rendimento de extrato obtido é de 10, 67%. A atividade neuroprotetora foi avaliada em ratos submetidos à isquemia cerebral global através da oclusão artéria carótida bilateral (BCA) por 30 minutos, seguida por 60 min de reperfusão. Animais sem isquemia ou com oclusão de BCA, durante 30 min, seguido por reperfusão durante 60 min receberam extrato de camomila V.O. (100, 200 e 300 mg/ kg, por via oral) ou quercetina (25 mg/ kg). Os níveis antioxidantes enzimáticas e não-enzimáticos (concentração de peroxidação lipídica (LPO), superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), tiols totais, glutationa, concentração de proteínas) foram estimadas juntamente com a medição da área do infarto cerebral e estudos histopatológicos. O extrato metanólico mostrou atividade neuroprotetora dose-dependente por diminuição significativa na peroxidação lipídica (LPO) e aumento da superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa (GSH) e os níveis totais de tiol nos grupos tratados com extrato em relação ao grupo isquemia/reperfusão. A área de infarto cerebral foi significativamente reduzida nos grupos tratados com extrato em relação ao grupo isquemia/reperfusão. O extrato metanólico mostrou potente atividade neuroprotetora contra a isquemia/reperfusão induzida por lesão estresse oxidativo cerebral global em ratos.
Efeito na síndrome de ovário policístico (PCO)
Extrato hidroalcoolico Os resultados da avaliação histológica e hormonal mostraram que o extrato etanólico (etanol 70%) de flores secas camomila (25, 50 e 75 mg/ kg), I.P., 10 dias, diminuiu os sinais da síndrome do ovário policístico (SOPC) no tecido e ajuda a secreção ovariana de hormônio luteinizante (LH) em ratas fêmeas (p <0,05). O extrato hidroalcoólico de floras secas de Matricaria chamomilla L. pode induzir a recuperação de um estado PCO induzida em ratos, mas também aumentar os folículis dominantes. Adicionalmente melhores arranjos de tecido endometrial foram considerados como outro efeito terapêutico da camomila.
Atividade antidepressiva
Extrato (padrão farmacêutico)
Estudo clínico, duplo-cego, randomizado, controlado, com dois grupos de tratamento paralelos foi realizado para avaliar a eficácia de extrato de camomila, grau farmacêutico padronizado, com teor de 1,2% de apigenina, em cápsulas de 220 mg (Spectrum Farmácia Produtos, New Brunswick, NJ, EUA), em comparação com placebo (cápsulas de lactose mono-hidratada), ambos por via oral. O tratamento iniciou com uma cápsula por dia durante a primeira semana e aumentou para 2 cápsulas por dia durante a segunda semana de terapia (indivíduos com uma redução ≤ 50% em HAM-A pontuação total (versus baseline), aumentados para 3 cápsulas por dia durante a semana 3, e depois, a 4 cápsulas por dia durante a semana de 4 de terapia; indivíduos que continuaram a ter uma redução ≤ 50% no valor basal HAM-D pontuação foram aumentados para 5 cápsulas/dia durante as semanas de estudo de 5 a 8), em pacientes com diagnóstico de ansiedade associado ou não à depressão. Cinquenta e sete pacientes, camomila (n=28) e placebo (n=29), com idade igual ou superior a 18 anos, foram incluídos no estudo. A análise de equações de estimativas generalizadas foram usadas para identificar clinicamente o significado de mudanças ao longo do tempo na escala Hamilton Depression Rating (HAM-D), que classifica os resultados medidos entre os grupos tratados. Dentre os principais resultados foi observada redução significativa na média total da escala HAM-D (p<0,05) e no item de pontuação de depressão (p<0,05) para camomila em comparação com o placebo em todos os indivíduos, e tendência não significativa para maior redução na mesma escala em indivíduos com ansiedade e depressão como co-morbidade concomitante. A camomila pode ter atividade antidepressiva clinicamente significativa que ocorre além da sua atividade ansiolítica como previamente observado pelos mesmos autores.
Óleo essencial
O óleo essencial (OE) das flores e das partes aéreas, isolado por hidrodestilação em aparato tipo Clevenger, V.O., em administração única para avaliação do efeito sobre o sistema nervoso central (SNC) em roedores. O estudo com OE de flores de amostras comerciais (211), nas doses 25, 50, 100 mg/ kg, foi realizado com camundongos machos adultos Balb/c. Os resultados dos testes farmacológicos foram os seguintes: (a) medição da atividade em gaiola, o OE nas doses de 50 e 100 mg/ kg causou aumento significativo nos números registados tanto nas atividades de locomoção verticais como nas horizontais em comparação com o grupo de controle; (b) teste Rota-Rod, a administração de OE não alterou as latências de queda dos animais a partir de moinho rotativo em testes Rota-rod em nenhuma das doses aplicadas; (c) campo aberto e labirinto em cruz elevado, no teste de campo aberto, o tempo percentual gasto na área central foi diminuída nas doses de 50 e 100 mg/ kg, além disso, tanto POAE (percentagem de entradas com braços abertos) e PTOA (percentagem de tempo gasto sobre braços abertos) diminuiram significativamente de forma dose-dependente nas mesmas doses do OE; (d) teste de interação social, o OE reduziu a duração do comportamentos de interação social, nas doses de 50 e 100 mg/ kg; (e) teste de suspensão pela cauda, OE (50 e 100 mg/ kg) apresentaram resultados significativamente menores e dose dependentes que os valores do controle. Nos testes realizados observou-se que quando o OE foi administrado nas doses de 50 e 100 mg/ kg aumentou o número total de atividades locomotoras horizontais e verticais, exibiu efeito ansiogênico em campo aberto, no labirinto em cruz elevado e nos testes de interação social e diminuiu os tempos de imobilidade dos animais em teste de suspensão de cauda. A latência de queda no teste de Rota-Rod não se alterou com as administrações OE. O perfil de atividade do OE exibido em todos os testes realizados foi muito semelhante às atividades da cafeína, um psicoestimulante típico. No entanto, os autores sugerem que o mecanismo exato da ação subjacente deste efeito estimulante deve ser esclarecido com estudos detalhados.
O OE das partes aéreas (diluído em óleo de amendoim), nas doses de 300, 600 e 900 mg/ kg também foi avaliado por suas atividades psicofarmacológicas em vários modelos experimentais utilizando camundongos Swiss e ratos Wistar: teste de tração, Chimney test, hole-board test, board e Rota-Rod test, teste de hipnose e de catalepsia. No teste de catalepsia, após a administração de diferentes doses (300, 600 e 900 mg/ kg) do OE, o o tempo de latência foi registrado a cada 15 minutos. O tempo de sono foi induzido por tiopental de sódio (40 mg/ kg I.P.), método hipnótico com base na potencialização de tiopental no tempo de sono induzido pelo efeito do OE de M. chamomilla L.. A dose subhipnótica de tiopental foi administrada 30 minutos depois de uma injeção semelhante de veículo ou do OE. O medicamento padrão utilizado foi Bromazepam (30 mg/ kg V.O.). O efeito foi registrado como o desaparecimento (latência) e reaparecimento (duração) do reflexo de endireitamento. O tempo de sono hipnótico foi considerado como sendo o intervalo de tempo entre o desaparecimento e reaparecimento do reflexo de endireitamento. Os resultados da triagem psicofarmacológico revelaram que o OE produziu efeito sedativo significativo nas doses de 300, 400 e 500 mg/ kg (V.O.) afetou a curiosidade (Hole-Board Test), e causou uma notável diminuição da atividade relaxante muscular (Rota-Rod, e testes de tração), também potencializou os efeitos hipnóticos de tiopental sódico em ratos, mas não apresentou qualquer ação hipnótica ou efeito de catalepsia. O OE de camomila exibiu atividade depressora do SNC, nos modelos animais testados, efeito este possivelmente devido à presença de componentes químicos diferentes neste óleo.
Extrato aquoso
O extrato aquoso liofilizado da infusão (50 g planta : 1000 mL de água) de flores tubulares, foi testado em camundonos albinos fêmeas, I.P., administração única, para as seguintes atividades e respectivas doses: (a) atividade motora de longo período (360 mg camomila/ kg); (b) atividade motora de curto período (11,3; 22,5; 45,0; 90,0; 180,0; 360,0 mg/ kg); (c) teste de coordenação motora (360 mg/ kg); (d) teste exploratório atividade (90, 180 e 360 mg/ kg da infusão); (e) potenciação barbitúrico (20, 40, 80, 160 e 320 mg/ kg). Para avaliação da potenciação de barbitúrico, foi induzido o sono por hexobarbital (100 mg/ kg I.P.), administrado 30 min antes das doses do extrato de camomila liofilizado. A motilidade basal diminuiu de forma dependente da dose, com 92% de redução na dose de 360 mg/ kg, sem envolver a coordenação motora e o relaxamento muscular final. As atividades exploratórias e motoras no teste da tábua de buracos foram significativamente menores. Um efeito hipnogênico leve foi apresentado nas doses de 160 e 320 mg/ kg, sendo o indutor de sono hexobarbital significativamente potenciado. Nenhum sinal de toxicidade foi observado a 1440 mg/ kg. A camomila apresentou uma ação depressiva eficaz sobre o sistema nervoso central.
Ansiolítico
Extrato (padrão farmacêutico)
Estudo clínico, duplo-cego, randomizado, controlado, com dois grupos de tratamento paralelos, foi realizado para avaliar a eficácia de extrato de camomila alemã, grau farmacêutico padronizado, com teor de 1,2% de apigenina, em cápsulas de 220 mg (Spectrum Farmácia Produtos, New Brunswick, NJ, EUA), em comparação com placebo (cápsulas de lactose mono-hidratada), ambos por via oral, 1 cápsula/dia na primeira semana e 2 cápsulas/dia da segunda a oitava semana, em pacientes diagnosticados com desordem de ansiedade leve a moderada (GAD). Cinquenta e sete pacientes, camomila (n=28) e placebo (n=29), com idade igual ou maior a 18 anos, foram incluídos no estudo, no entanto 12 não deram continuidade. Os parâmetros avaliados objetivaram: (a) detectar uma diferença estatistica e clinicamente significativa ao longo do tempo na pontuação de Hamilton Anxiety Rating (HAM-A); (b) resultados secundários incluindo alteração na escala do Beck Anxiety Inventory, Psychological Well Being Score (PGWB), Clinical Global Impression Severity Score (CGI/S) e (c) a proporção de pacientes com redução igual ou maior a 50% na linha de base da escala HAM-A. Como principais resultados, foi observada redução significativamente maior na média total da escala HAM-A durante a terapia com camomila versus placebo (p=0.047), Análise QLS encontrou uma redução significativamente maior ao longo do tempo, na média total da escala HAM-A e do BAI, na média do PGWB e no escore da CGI / S de camomila versus placebo. Um paciente de cada grupo descontinuou a terapia por efeitos adversos. A proporção de pacientes que experimentaram efeitos adversos (0, 1, 2, or ≥3) não foi significativo entre os grupos (p=0.417). Os resultados sugerem que a camomila deve ter atividade ansiolítica modesta em pacientes com GAD leve à moderada.
Efeito sobre receptores de estrogênio
Extrato hidroalcoólico
O extrato hidroalcoólico de amostras obtidas no Centro de Agricultura e do Natural Research Center (Irã), parte da planta não informada, I.P., 10, 20 e 40 mg/ kg, em dose diária por 14 dias em ratos Wistar fêmeas. O grupo controle não recebeu nenhum extrato e o grupo sham recebeu quantidades equivalentes de soro fisiológico. Por 14 dias, o extrato hidroalcoólico de camomila foi administrado I.P., 24 h após o último tratamento, as amostras de sangue foram obtidas a partir do coração, centrifugadas, e, em seguida, avaliadas para determinar a concentração de gonadotrofinas, estrogénio, progesterona e por meio de radioimunoensaio. Além disso, os ovários foram removidos e fixados, e as secções de ovário foram estudadas por estereologia. Não ocorreram alterações significativas no peso corporal foram detectados para os diferentes grupos, com exceção do grupo experimental III (40 mg/ kg por dia), que mostrou uma diminuição. Além disso, variando a quantidade de extrato de camomila não teve nenhum efeito sobre a quantidade do hormônio luteinizante e do folículo-estimulante. No grupo I (10 mg/ kg), a concentração sérica de estrogênio mostraram uma diminuição significativa, enquanto que a de progesterona mostrou um aumento significativo. O número médio de folículos secundários e corpos lúteos não foi significativamente diferente entre os grupos tratados, mas uma diminuição significativa foi observada entre o número médio de folículos primários e De Graaf no grupo experimental tratado com 20 e 40 mg/ kg de extrato hidroalcoólico da flor de camomila. O fitoestrógeno presente no extrato hidroalcoólico de chamomilla provoca uma diminuição no nível sérico de estrogênio.
Antibacteriana
Óleo essencial
O óleo essencial (OE) foi testado em isolados clínicos, obtidos de pacientes (n=27) de ambos os sexos, com diagnóstico clínico de OEA (otite externa aguda) sem perfuração de membrana timpânica nem medicação prévia foram selecionados, independente de idade, durante o período de três meses, sendo realizada coleta de material do ouvido comprometido, através de Swab. As cepas isoladas, Pseudomonas aeruginosa (12 cepas) e Staphylococcus aureus (8 cepas), foram avaliadas quanto à formação de halo de inibição. O óleo essencial de M. chamomila (concentrações de 8, 4, 2, 1, 0,5 e 0,25%), obtido de folhas e flores, não produziu efeito inibitório sobre o gênero Pseudomonas, no entanto, na concentração de 4%, produziu atividade inibitória sobre o crescimento de três cepas de Staphylococcus, com halos de inibição variáveis de 10 a 12mm de diâmetro, sendo esta atividade obtida até a concentração de 1%.
Antimicrobiana
Extrato aquoso
Estudo clínico foi realizado para avaliar o potencial de inibição do crescimento microbiano do extrato aquoso (solução da infusão das flores secas), sobre microbiota obtida de “pool” de saliva não-estimulada e placa dental de bebês (n=20), em comparação com salina (solução controle) e soluções teste (solução de bicarbonato de sódio a 10%; solução de peróxido de hidrogênio (H2O2) a 3%; solução de fluoreto de sódio (NaF) a 0,02%, 90ppm), através da formação de halos de inibição do crescimento microbiano. Todas as soluções foram diluídas seriadamente com água deionizada estéril até a diluição final (1/128). Das soluções testadas, apenas a solução de H2O2 a 3% e a de NaF a 0,02% apresentaram ação antimicrobiana significativa (p<0,01) sobre a microbiota avaliada. A solução da infusão de M. chamomilla, independente da concentração e da origem do inóculo (saliva não estimulada ou placa dental dos bebês), não apresentou atividade antimicrobiana.
Antifúngica
Óleo essencial
No mesmo estudo e seguindo o mesmo desenho experimental foram isoladas cepas de leveduras de Candida, C. albicans e C. krusei, com uma cepa cada. O OE não produziu efeito inibitório nas duas cepas de Candida, com halos de inibição variáveis de 10 a 12mm de diâmetro.
Antiespasmódica
Extrato hidroalcoólico
O efeito sobre a motilidade espontânea do extrato hidroalcoólico a 30% ( 0,0188; 0,0940 e 0,1880 mg/ mL) foi testado em órgão isolado de jejuno de coelho e cobaias. A dose e o tempo de administração do extrato e da papaverina (0,0046; 0,0066 e 0,0130 mg/ mL) foram determinados em experimentos prévios. O extrato e a papaverina modificaram a amplitude significativamente e mostraram tendência dose-dependente, não causando redução significativa na freqüência de contrações em comparação à linha de base (controle) nas diferentes concentrações aplicadas, embora tenha sido observada uma tendência para diminuição. As concentrações do extrato (0,188; 0,564 e 0,940 mg/ mL) diminuiram significativamente as contrações induzidas cloreto de bário, acetilcolina e histamina, tendo sido observado que a dose mais elevada causou posterior redução da contração. As concentrações do extrato no banho (mg/ mL) (C1 = 0,188 ; C2 = C3 = 0,564 e 0,940) e de papaverina (0,0033; 0,0066 e 0,0130 mg/ mL) também causaram uma redução significativa ( p < 0,05 ) da amplitude do contrações induzidas por vários espasmogénios (agonistas). O extrato de fluido a 30% de camomila apresentou ação espasmolítica, na inibição da atividade espontânea em isolado de jejuno de coelho e nas contrações induzidas pelos espasmógenos utilizados com ação semelhante à papaverina nos modelos estudados.
Antioxidante
Extratos aquoso, hidroalcoólico e metanólico Extrato aquoso (83,3-1666,7 µg/ mL), etanólico (183,8-1729,7 µg/ mL) e metanólico (133,3-1255 µg/ mL) obtidos de amostras comerciais de flores foram testados para atividade antioxidante. A avaliação da atividade antioxidante foi realizada em tecido encefálico de roedores (ratos Wistar) pelo método de peroxidação lipídica cerebral (avaliada por produção TBARS) e atividade de eliminação de radicais livres (DPPH). Os extratos de camomila inibiram significativamente a produção induzida por TBARS em preparações de tecido cerebral em todas as substâncias testadas, variando a ordem de potência dos diferentes extratos testados. A ordem de potência de inibição dos extratos para cada uma das substâncias foi: a) sulfato de ferro (10mM): metanólico > aquoso e etanólico (p < 0,01); b) nitroprussídeo de sódio (5 uM): aquoso > metanólico > etanólico (p < 0,01); c) ácido 3- nitropropiônico (2 mM): aquoso > metanólico > etanólico (p < 0,01). Sobre a atividade do radical DPPH, o potencial de inibição do radical por diferentes extratos foi na seguinte ordem: metanólico > etanólico > aquoso (p < 0,01). Apesar de apresentar atividade em ambos os ensaios a atividade de Melissa officinalis, também testada, foi maior, e segundo os autores, mais promissora como agente protetor em doenças oxidativas como o Alzheimer.
Eczema atópico
Óleo essencial
Estudo clínico, randomizado, foi realizado para avaliar o óleo essencial comercial (empresa Butterbur & Sage, Reading, Reino Unido) diluído em óleo de amêndoas até a solução de 2% para massagem (procedimento padrão em aromaterapia), em comparação com óleo de amêndoas puro, ambos por aplicação tópica (dermatológica), 6 gotas/dia por 10 minutos, após banho diário, em regiões pré-estabelecidas (braços, pernas, frente e costas) pela mãe, por 8 semanas, em crianças com eczema atópico, irritação diurna e perturbação noturna. Dezesseis crianças, óleo de camomila (n=8) e de amêndoas (n=8), de ambos os gêneros, com idade entre 3 e 7 anos foram incluídos no estudo e o parâmetro avaliado, a pontuação dada pelas mães para irritação diurna e perturbação noturna, numa escala de 0 - 10, sendo zero equivalente a nenhuma irritação durante o dia e também a uma noite tranquila, ao passo que uma pontuação de 10, indicava irritação extrema e noites muito perturbadas. Os principais resultados foram: (a) a massagem com ou sem óleos essenciais em conjunto com o tratamento convencional e aconselhamento, teve pelo menos um efeito positivo a curto prazo sobre os sintomas do eczema atópico infância, porém, nenhum benefício adicional do uso dos óleos essenciais foi observado; (b) redução significativa na pontuação de perturbação noturna e irritação diurna após ambos os tratamentos, em comparação com as contagens de prétratamento; (c) ausência de diferença significativa nos escores de perturbação noturna entre a massagem e grupos de massagem com óleos essenciais antes do tratamento e após o tratamento, com exceção das sessões de tratamento da semana 8, que apresentou aumento significativo na pontuação de distúrbios noturnos comparados com a do pré-tratamento; (d) para irritação diurna, nenhuma melhoria progressiva foi aparente para os parâmetros estudados durante os tratamentos de 8 semanas e a melhoria foi mostrada imediatamente após a primeira semana de tratamento; (e) ausência de diferença significativa nos escores de irritação diurna entre a massagem e grupos de massagem com óleos essenciais antes do tratamento e após o tratamento. A pontuação de melhoria geral, duas semanas após o término do tratamento, não apresentou diferença significativa entre o grupo de camomila e massagem apenas com óleo de amêndoas.
Feridas
Extrato aquoso
Estudo clínico, prospectivo, foi conduzido em pacientes com colostomia e lesões de pele periestomais para comparar o efeito de compressas de camomila (solução preparada 6 g pó das flores: 150 mL de água fervida), em comparação com esteróide (pomada de hidrocortisona 1%), ambos por aplicação tópica (dermatológica) sobre a ferida. As compressas foram aplicadas duas vezes por dia, durante 1 hora e a pomada de hidrocortisona a 1%, uma vez por dia. As lesões foram avaliadas a cada três dias por período máximo de 28 dias. Setenta e dois pacientes, pomada de hidrocortisona a 1% (n = 36) e compressa de camomila (n = 36), de ambos os gêneros (42 do feminino), a maioria teve seu estoma por mais de um ano (18,14 meses no grupo da camomila e 17,69 meses no de esteróide). As lesões foram curadas significativamente mais rápido na camomila do que no grupo de hidrocortisona (média do tempo de cura para 8,89 ± 4,89 e 14,53 ± 7,6 dias, respectivamente; P = 0,001). Os sintomas dos pacientes (dor e prurido) também tivera, resolução mais rápida no grupo que recebeu compressas de camomila. Os resultados sugerem que a camomila pode ser recomendada para aliviar a coceira e inflamação e que a aplicação, duas vezes ao dia, facilitou a cura de lesões de pele periestomais. Estudos randomizados adicionais são necessários para confirmar os resultados deste estudo.
Gengivite e periodontite crônica
Extrato hidroalcóolico
Estudo clínico, duplo-cego, randomizado, controlado, com dois grupos de tratamento paralelos foi realizado para avaliar a eficácia do extrato hidroalcoólico (100 g de pó da planta : 900 g etanol 90%) preparado no Laboratório de Fitoquímica do Departamento de Farmácia (Universidade do Estado da Paraíba), em comparação com a clorexidina 0,12% e extrato de romã, via tópica (bucal), como enxaguatório, 10 mL da solução, 1 minuto de duração, duas vezes ao dia (30 minutos após a escovação, pela manhã e à noite), por período de 15 dias, em indivíduos diagnosticados com doença periodontal (gengivite ou periodontite crônica). Foram incluídos 55 pacientes, divididos em grupos de tratamento com camomila (n=19), clorexidina 0,12% (n=18) e romã (n=18), de ambos os gêneros, com idade superior a 18 anos, avaliados nos dias 7 e 15 após o início do tratamento para avaliação do índice de sangramento gengival (ISG), cuja pontuação se refere ao número de faces hemorrágicas (sendo: 1, sem sangramento; 2-10, 10% faces hemorrágicas; 3-11, 25%; 4-26, 50%; 5-51, 75%; e 6, mais de 75%), e os pacientes com inflamação gengival classificada como discreta (pontuação 2), moderada (pontuação 3) e grave (pontuação acima de 3). Comparando-se os efeitos das substâncias utilizadas para reduzir o índice de hemorragia em pacientes com doença periodontal, verificou-se que tanto a camomila como a clorexidina 0,12% foram eficazes, com resultados estatisticamente significativos e semelhantes (p <0,001), sugerindo que qualquer uma destas substâncias pode ser utilizada para controlar o sangramento das gengivas na doença periodontal. Assim, considerando que o extrato etanólico de camomila foi tão eficaz como a solução de clorexidina 0,12% para reduzir o índice de hemorragia em pacientes com gengivite e periodontite crônica, pode inferir-se, por vezes, substituindo a solução de clorexidina 0,12% por os produtos à base de plantas ou testados sua utilização alternativa para controlar o sangramento das gengivas na doença periodontal.
Estudo similar, foi realizado por Lins e colaboradores (2013) para avaliar a eficácia do extrato hidroalcoólico da flor, preparado seguindo as recomendações da Farmacopeia Brasileira 4ª ed. (1988-1996), em comparação com a clorexidina 0,12%, ambos como bochecho, aplicado duas vezes por dia durante 15 dias, para o tratamento da gengivite crônica, em indivíduos sistemicamente saudáveis e sem história médica ou medicamentosa recente. Quarenta pacientes, divididos em dois grupos de tratamento, camomila (n=20) e clorexidina 0,12% (n=20), de ambos os gêneros, com idade entre 18 e 83 anos, foram incluídos no estudo e os parâmetros avaliados foram: o índice de placa e índice de sangramento gengival (nos dias 1, 7 e 15 após o início do tratamento). Os principais resultados foram: (a) índice de sangramento com redução significativa do nos grupos da pesquisa, porém com resultados equivalentes apresentando diferenças estatisticamente significativas apenas nos períodos de 7 e 15 dias (p<0,001) e (b) índices de placa com reduções significativas dos nos grupos estudados, apresentando o bochecho de camomila a maior redução no IP (1,03). O bochecho de camomila apresentou eficácia comparável com à clorexidina no tratamento da gengivite crônica.
Aftas
Extrato fluido A estomatite aftosa recorrente é difícil de tratar por ser uma doença inflamatória crônica e bastante comum da mucosa oral. O estudo de Silva e colaboradores (2006) avalia a segurança e a eficácia do extrato fluído no alívio da dor de estomatite aftosa e outras úlceras dolorosas na mucosa oral. O efeito analgésico foi considerado excelente por 82% e bom por 18% dos pacientes, conforme demonstrado para a Escala Visual Analógica para dores crônicas e experimentais após 5, 10 e 15 minutos. A tolerância foi avaliada como excelente por 97% e como boa por 1% dos sujeitos. O extrato fluido de camomila (citada como Chamomilla recutita), devido ao seu efeito analgésico, pode dar a estes pacientes uma melhor qualidade de vida
Mucosite oral
Extrato aquoso Estudo clínico foi realizado para avaliar o bochecho da infusão (chá), intercalando com bochecho água bicarbonatada, em comparação com óleo de amêndoas puro, ambos por aplicação tópica (bucal), 5 vezes ao dia, por até 180 dias após a radioterapia, em pacientes submetidos a radioterapia, associada ou não a cirurgia. Foram selecionados 12 pacientes, de ambos os gêneros, com idade entre 37 e 70 anos, portadores de neoplasias malignas de cabeça e pescoço, em acompanhamento, submetidos à radioterapia (RT), com dose fracionada de 180 a 200 cGy/dia e dose total entre 5.040 cGy e 7.000 cGy, em função do estádio do tumor, como complementar ou exclusiva, através de telecobaltoterapia. Durante o tratamento, nos dias 7, 15, 30, 60, 90, 120 e 180 após a conclusão da radioterapia, foi mensurada a presença (onde: ausente, 0; presente - leve, 1; moderado, 2; grave, 3) ou ausência dos parâmetros avaliados, dermatite, candidíase, alteração do paladar e disfagia. Os autores inferiram que a utilização dos bochechos com chá de camomila teve participação importante quanto ao grau e ao alívio dos sintomas da mucosite, fato que pode estar associado à possível ação anti-inflamatória da planta. No estudo, os constantes bochechos com água bicarbonatada e chá de camomila parecem ter contribuído para minimizar o desconforto da hipossalivação.
Toxicidade e Cuidados:
Em doses elevadas, a camomila é tóxica. Nas doses recomendadas, é uma erva segura. Foram relatados casos de reatividade cruzada entre pessoas alérgicas a carpineira, ao gênero áster, aos crisântemos e aos outros membros da família Asteraceae.
A camomila é uma das plantas medicinais que podem causar náuseas e dermatite de contato em pessoas sensíveis. Não usar durante a gravidez e na lactação. Doses excessivas podem causar efeito inverso, causando agitação.
Interações:
Por conta da presença de cumarinas em sua composição, pode interferir em terapia de anticoagulantes. A erva não deve ser utilizada por quem estiver fazendo uso de warfarina e ciclosporina em quantidades elevadas por conta de seu índice terapêutico estreito. A camomila também inibiu a CYP-450 isoenzima IA2, mas a importância desta inibição é questionável, pois nenhuma interação foi causada entre o sedativo e as propriedades antiespasmódicas da planta foi relatada.
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