CALÊNDULA (Calendula officinalis L.)

Nome científico: Calendula officinalis L.

Nome popular: Castellano: Caléndula, Capetuda, Flamenquilla, Flor de muerto, Maravilla, Mercadela; Català: Boixac, Calèndula, Gojat; Euskara: Ilenaren lorea, Llen; Português: Calendula, Maravilhas; Français: Souci des jardins; English: Calendula, Feminell, Garden Marigold, Goldbloom, Holligold, Pot-Marigold; Italiano: Cappuccina dei campi; Deutsch: Ringelblume.

Família: Asteraceae.

Parte Utilizada: Flor.

Composição Química: Óleo Essencial, abundante em monoterpenos e sesquiterpenos oxigenados: carvona, geranilacetona, mentona, isomentona, cariofileno, alfa e betaiononas, pedunculatina, dihidroasctinidiólido; Saponinas: calendulosídeo A, D, D2 e F; Carotenóides: calendulina, caroteno, licopeno, rubixantina, violaxantina e zeína; Flavonóides: derivados do quercetol e do isorramnetol; Álcoois Triterpênicos Pentacíclios: arnidiol, faradiol, ácido faradiol-3- mirístico,lupol, taraxasterol, ácido faradiol-3-palmítico; Polissacarídeos: ramnoarabino-glactano e arabinogalactanos; Ácido Málico; Mucilagens; Resina; Goma (calendulina); Taninos; Poliacetilenos; Esteróis: sitosterol, estigmasterol, isofucosterol, campesterol; Ácido Salicílico.

Ação farmacológica:

Ação anti-inflamatória e cicatrizante. In vitro, os glicosídeos de isorhamnetina, isolados da flor de calêndula, inibem a lipoxigenase. Um extrato aquoso de flor de calêndula mostrou ação inibitória, in vitro e ex vivo, da produção de citocinas.

Em estudos in vivo, mostraram atividade anti-inflamatória em diferentes modelos experimentais (em inflamações induzidas por carragenina, prostaglandina E1, TPA (forbol 12-miristato 13-acetato) e óleo de cróton) e ação inibitória na infiltração leucocitária. Os álcoois triterpênicos inibem a inflamação tópica induzida por TPA ou óleo de cróton em camundongos e têm ação citostática contra o carcinoma de Ehrlich e o sarcoma 180 em camundongos.

Além disso, verificou-se que a atividade de diversas preparações, obtidas por extração supercrítica com CO2, possuem atividade anti-inflamatória proporcional ao seu teor de monoésteres de faradiol. Foi observado que os álcoois triterpenos mais polares têm maior atividade do que os menos polares.

In vitro, descobriu-se que um extrato aquoso de flor de calêndula promove a cicatrização de feridas estimulando a angiogênese e induzindo a deposição de hialuronano. Essa ação provavelmente está associada à presença de flavonóides, e relacionada a uma ação inibitória da atividade da hialuronidase. Os carotenóides também têm um efeito favorável no processo de epitelização, estimulando a progressão do ciclo celular dos fibroblastos. Além disso, possuem ação fotoprotetora e antioxidante. A atividade curativa das preparações de flores de calêndula também foi demonstrada em várias espécies animais.

Adicionalmente, a administração oral de um extrato etanólico de flor de calêndula demonstrou sua eficácia na melhora de queimaduras térmicas induzidas em ratos.

Aumentou significativamente os indicadores relacionados à aceleração da cicatrização (da matriz extracelular), como o teor de hidroxiprolina e hexosamina. Além disso, proteínas de fase aguda como haptoglobina e orosomucóide, aumentadas devido aos danos causados pelas queimaduras, diminuíram significativamente. Os mecanismos antioxidantes também foram aumentados (aumento da glutationa e diminuição da peroxidação lipídica no fígado, e aumento da atividade da superóxido dismutase) e diminuição da fosfatase alcalina, alanina transaminase e aspartato transaminase (marcadores de lesão tecidual). Análises histopatológicas confirmaram esse efeito benéfico do extrato de flor de calêndula no tratamento de danos induzidos por queimaduras.

Um extrato hidroalcoólico mostrou um efeito fotoprotetor contra a radiação UVB, in vivo, através de uma melhora na síntese de colágeno no tecido conjuntivo subepidérmico e uma ação antioxidante.

As flores de calêndula mostraram atividade imunomoduladora. Polissacarídeos de calêndula estimulam a fagocitose de células polimorfonucleares humanas in vitro, esse efeito também é demonstrado em testes in vivo em camundongos. O extrato etanólico de flores de calêndula estimula a proliferação de linfócitos induzida por mitógenos em concentrações entre 0,1 e 10 mg/mL. No entanto, em concentrações mais elevadas, observa-se um efeito inibitório. O extrato aquoso também produziu um efeito estimulante na proliferação de linfócitos, tanto in vivo quanto in vitro.

Diferentes preparações de flores de calêndula mostraram atividade antibacteriana (contra Staphylococcus aureus, Streptococcus fecalis, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa, Sarcina lutea, Klebsiella pneumoniae), antifúngica (Candida monosa), antiparasitária (contra Trichonomas vaginalis) e antiviral (contra o vírus da gripe e o vírus do herpes simples). O extrato de diclorometano de flores de calêndula causa inibição da transcriptase reversa do HIV-1 dependente da dose e do tempo. A atividade antibacteriana parece estar relacionada à presença de terpenos e flavonóides oxigenados.

Os extratos de calêndula também possuem atividade antioxidante (principalmente quelante de radicais livres), que tem sido relacionada à presença de flavonóides.

Além disso, os polissacarídeos têm um efeito adesivo dependente da concentração (efeito de adsorção) ao tecido epitelial da mucosa orofaríngea. Esta ação contribui para o efeito terapêutico no tratamento da inflamação da mucosa orofaríngea.

Dosagem e Modo de Usar:

Administração tópica como infusão, extrato líquido, tintura ou pomada.

ESCOP (Cooperativa Científica Europeia de Fitoterapia):

- Infusão para aplicação tópica: 1-2 g/150 mL.

- Extrato fluido (1:1, etanol 40-50%) ou tintura (1:5, etanol 70-90%). Para o tratamento de feridas, a tintura é aplicada como tal. Para compressas, a tintura é diluída com pelo menos o dobro de água fervida.

- Preparações semi-sólidas contendo 2-10% de extrato fluido (1:1).

Não há restrição quanto à duração do tratamento.

EMA (Agência Europeia de Medicamento) - Adolescentes e adultos:

- Infusão, para aplicação tópica, como gargarejos ou compressas (1-2 g/150 mL, 2-4 vezes ao dia).

Para as suas preparações (2-4 aplicações/dia):

- Extrato fluido (1:1, etanol 40-50%): na forma semi-sólida, equivalente a 2-10% do fármaco.

- Extrato líquido (1:2, etanol 40-50%): na forma semi-sólida, quantidade equivalente a 2-10% do fármaco.

- Tintura (1:5, etanol 70-90%): diluída em até três partes de água fervida para aplicar na forma de compressas ou em formas semi-sólidas, em quantidade equivalente a 2-10% do fármaco. Para aplicar como gargarejo, dilua a 2%.

- Extrato líquido (1:10, oleoso, por exemplo com azeite): em formas semi-sólidas, quantidade equivalente a 2-8% da droga.

- Extrato (1:5-1:25, gordura vegetal, vaselina), quantidade equivalente a 4-20% da droga.

Comissão E:

- Salvo prescrição em contrário: 1-2 g por xícara de água (150 mL), 1-2 colheres de chá (2-4 mL) de tintura por 250-500 mL de água, ou em forma de pomada, com dose equivalente a 2- 5 g de droga por 100 g de pomada.

O fármaco triturado é utilizado para a preparação de infusões, além de outras preparações galênicas para uso tópico.

Florien:

Uso interno:

- Infusão: 10 a 15 gramas de flores em 1 litro de água fervente. Tomar 3 xícaras ao dia;

- Pó: 200 a 600 mg de uma a duas vezes ao dia;

- Tintura: 20 a 40 gotas três vezes ao dia;

- TM: 40-60 gotas, três vezes ao dia.

Uso externo:

- Extrato Glicólico: 5 a 10% em loções, cremes, produtos pós-barba e pós-depilação, shampoos, condicionadores e sabonetes;

- Tintura: usar sobre a forma de compressa.

Cuidados:

É uma planta de baixa toxicidade. Em doses elevadas pode provocar náuseas e depressões. A planta pode quando fresca promover dermatite de contato. As provas de toxicidade aguda e crônica em animais determinaram que doses superiores a 50 mg/kg de extrato de Calêndula não provocaram modificações histopatológicas nem sintomas de toxicidade.

Não se recomenda o uso oral de calêndula durante a amamentação até que existam dados suficientes que provem sua inocuidade.

Interações:

Eles não foram descritos.

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